"Um
homem grande, em uma armadura... Se tirar isso, o que você é?" (SteveRogers)
"Uh ... bilionário, gênio, playboy, filantropo..." (Tony Stark)
"Uh ... bilionário, gênio, playboy, filantropo..." (Tony Stark)
Se você já
ouviu esse diálogo em algum lugar, está no texto certo. Se não, bata a porta ao
sair.
Sim, estamos
falando de duas das falas inesquecíveis do filme Os Vingadores (The Avengers)
lançado em abril de 2012, dirigido por Joss Whedon e cuja estreia foi assistida por mim
(a título de observação) muito entusiasmadamente. Enfim, por mais que me seja
extremamente prazeroso falar sobre, este texto não diz respeito aos Vingadores,
mas ao não menos prazeroso Homem de Ferro. Mais especificamente o Homem deFerro 3.
“Bilionário,
gênio, playboy, filantropo” é como o Stark (no caso, o Tony Stark, para aqueles
que não tem ideia de “como, onde, quem” a respeito de super herois, é o plóplio
(como diria um amigo meu) Homem de Ferro; caso tenha ficado confuso, recomendo
clicar nos hiperlinks inseridos em algumas palavras de referência durante o
texto para entenderem melhor); bom, continuando... “bilionário, gênio, playboy,
filantropo” é como o Stark define a si mesmo numa das cenas do filme Avengers,
durante uma discussão com o Capitão América.
Para quem conhece o Homem de Ferro não é difícil concordar. Os detalhistas
ainda acrescentam: egoísta, mal educado, irônico, inconsequente, metido a
besta... Enfim, aquele tipo de super heroi que eu adoro!
A grande questão do Homem de Ferro 3
(Iron Man 3, para os íntimos) é a ligação direta do filme com Os Vingadores.
Rolou essa discussão do Stark com o Rogers (C. América) e, aparentemente, o
cientista empresário se sai bem com a resposta clássica do tipo: eu sou foda,
sei disso, e posso isso. Mas a formação Avengers o deixa um tanto quanto
deprimido. Assim: dos principais integrantes (Hulk, Thor, Capitão América,
Homem de Ferro) ele é o único que se mantém “forte & indestrutível (ou
quase)” apenas e unicamente porque tem uma armadura. Cheia de poderzinhos, que
pode voar, protege, mas enfim, é uma armadura. E por mais que me doa falar: o
Capitão América é o vencedor da discussão (mesmo que não pareça) porque o Homem
de Ferro é sim, no fim das contas, um “homem grande em uma armadura”. Em 2013,
o Stark entende isso, e faz a gente entender isso junto com ele.
Assim, depois de dois grandes filmes
(Iron Man - 2008 e Iron Man 2 - 2010) fazendo os nossos coraçõezinhos
derreterem de paixão, desejo e inveja e mantendo toda a sua arrogância e poder
sem um pingo de esforço, para delírio dos amantes de herois, Tony Stark se
fragiliza e perde a pose em Iron Man 3 (2013). Aqui é onde eu fico indignada.
Sim, claro, perde a pose, mas não perde a
majestade, há que se dizer! No terceiro filme do heroi, o diretor Shane Black nos
apresenta o Anthony Edward Stark sem a máscara (e eu não estou falando da
armadura de Homem de Ferro, estou falando da máscara de personalidade). Stark
está sensível, estressado, sente medo, tem ataques de ansiedade, tem sede de
vingança (situações naturais para qualquer um, menos pra ele). Não que ele
tenha mudado radicalmente. O narcisismo e a ironia estão lá, só que em doses
muito menores. Em Iron Man 3, ele começa a exteriorizar todas as situações
“tensas” (para não falar à beira da morte) que sofreu durante o ataque dos
chitauri à Nova York em The Avengers. Percebe a importância (e o perigo) que
representa para ele (como simples ser humano) a existência de diversas raças
alienígenas vivendo no mesmo universo que nós e, pior: com poderes bélicos
muito maiores que os nossos.
Enfim, Tony Stark se vê, antes de
qualquer coisa, como humano. Não que não fosse necessário. E aí é que está: eu
não curto o Stark molenga, mas o fato dele se humanizar não é o grande problema
do terceiro filme da série Iron. Ele não fica bonzinho ou perde o quesito “irresistivelmente
arrogante”. Até então, tudo na medida.
O
grande problema é que ele humano não agrada. E ele humano não agrada não porque
ele seja humano, mas porque ele passa 95% do tempo do longa sendo o Rambo num
filme Duro de Matar 5, e o pior: sem a armadura! Nós sabemos quem é Tony Stark.
Tony Stark é o Homem de Ferro. E o Homem de Ferro não é perito em artes
marciais, arco e flecha, nem tem força sobrenatural ou ossos de adamantium ou
atravessa paredes. Ele é o Homem de Ferro. E o Homem de Ferro é um cientista, um homem
grande, bilionário,
gênio, playboy, filantropo em uma armadura. Em Homem de Ferro 3, tiraram do
Stark a armadura e fizeram dele um MacGyver. Não que ele já não fosse, mas
agora ele ficou um MacGyver descontrolado. Matando com cordinhas, armas de
brinquedo, luvas eletrizadas. E sem armadura.
Que seja, em
algum momento o Homem de Ferro teria que ser mais Homem e menos Ferro mesmo.
Isso ficou claro no The Avengers e até no finalzinho do Homem de Ferro 2 a
sacada da humanização é óbvia. A minha insatisfação foi em transformar o Stark
numa máquina de matar e não-morrer simplesmente, do nada. E sem a armadura. Tá
legal, foda-se a armadura. E é isso. Homem de Ferro 3 veio pra desmistificar os
célebres comentários de fãs de herois que tem super poderes e não suportam o
fato de que o Homem de Ferro é TUDO DE BOM: agora, ele prova que é mais que a
armadura, prova que ele pode ser SEM a armadura e prova, bem no finalzinho,
muito bem provado que, a despeito de qualquer heroi boa pinta por aí: ele É o
Homem de Ferro. Com ou sem armadura, com ou sem estilhaços no peito, MacGyver
ou não... Que ele continue delicioso e insuportável, como a gente adora!
Afinal, ele pode até perder a armadura, mas vai continuar sendo o Robert DowneyJr., isso é o que a gente espera.
FILME: HOMEM
DE FERRO 3 (IRON MAN 3)
ANO: 2013
DIRETOR:
SHANE BLACK
ESTRELINHAS:
(de cinco) MIL
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