(Se você é preguiçoso(a) e não gosta de ler pode passar direto pra última foto do post que dá pra entender tudo. Se não, comece por aqui mesmo...)
(Este post é a prova mais concreta de que alguém que sabe fazer quase absolutamente nada com panos e tesouras pode acabar fazendo quase absolutamente alguma coisa. Depende apenas de esforço e dedicação... Mas se não quiser saber mais sobre o assunto, não leia.)
(Este post é em homenagem à minha amiga Silvia, que queria um modelo bacana de abadá pra usar no Axé Brasil. Mas as minhas outras amigas não precisam se descabelar ainda, porque todas (ou quase todas) ganharão homenagens por aqui também...)
É até muito engraçado este meu primeiro post de "faça você mesmo", primeiro, porque há séculos eu não entrava no "Em surto." e, segundo, porque eu NUNCA fui muito de fazer nada eu mesma. Apesar de a minha mãe ser uma bomba ambulante de dons e ideias geniais de criação, eu saí ao meu pai: o que significa que costura, culinária, artesanato, desenho... Nunca fizeram parte da lista do que 'eu sei fazer melhor'. Enfim, passando a fase da adolescência a gente começa a se preocupar com algumas questões mais interessantes na vida, e essa coisa da "criação, transformação e chef de cozinha" meio que aflorou em mim de tal forma, que agora eu não só sigo como crio receitas. Mas até hoje eu tinha ficado mesmo na culinária.
Então...
Esse final de semana teve Axé Brasil em Belo Horizonte, e através dessa mágica ferramenta chamada WhatsAPP uma amiga perguntou ao nosso grupo que tipo de corte ficaria melhor no abadá que ela iria usar. Na hora eu pensei nas franjas. Há uns meses eu ando namorando camisetas podrinhas com franjas horizontais e verticais, e pensei que um abadá com manguinha e franjas ficaria ótimo. Só que no meio das discussões sobre modelos, a minha amiga (beijo, Silvia!) decidiu por não seguir o conselho das franjas porque não sabia se ia conseguir fazer. Pensando nisso, fui atrás de uns blogs pra ver se, com alguma ajuda, eu poderia tentar a ideia numas blusinhas minhas. Não achei nada muito detalhado. E os que eu achei com fotos, mostravam cortes tortos e mal feitos. Pensei: podrinha é uma coisa, mal feita é outra. Por causa de toda essa dificuldade, analisei as possibilidades de fazer isso da forma correta e ainda ajudar àquelas que, assim como eu e a Silvia, temos dificuldades com customização.
Assim, nasceu esse post. Mas, tá... Chegando de lero-lero, fiz duas opções de franjas horizontais em duas opções de blusinhas. Dependendo do seu estilo e da sua necessidade, você escolhe qual é a opção mais adequada. Então, para fazer isso da forma correta, você vai precisar de:
- 01 blusa (no meu caso, escolhi duas)
- 01 tesoura (de preferência que não esteja cega)
- 01 régua (melhor que seja daquele modelo grande e mais pesado, eu usei uma de madeira, mas é opcional, no fim, qualquer régua serve)
- 01 giz escolar (atenção aqui, esse giz é aquele de quadro negro mesmo, que a professora usava quando a gente fazia pré-escolar, tem pra vender em qualquer papelaria, substituir por outro 'marcador' poderá manchar o tecido da sua blusa, ou abadá)
No primeiro modelo as franjas são mais largas. No segundo modelo eu quis franjas mais estreitas e, no caso, usei uma blusinha com listras na horizontal pra dar um 'efeito'.
O segredo pra franjas na horizontal bem feitas é a régua e o giz. Nada de sair enfiando a tesoura sem eira ou beira, de qualquer jeito, na ânsia de ver resultados. O único resultado que você vai conseguir ver desse jeito é a sua cara de choro no espelho ao observar a merda que fez. Então, faça marcações com a régua começando de baixo para cima. No caso, eu usei a própria largura da régua pra fazer as linhas horizontais. Você pode escolher a largura que quiser. Lembrando que: quanto mais finas as franjas mais difícil é para lavar, passar e desembaraçar depois. Pense nisso.
Depois, faça duas marcações com o giz na vertical, deixando uma distância MÍNIMA de cinco centímetros entre as linhas e as costuras laterais da blusa. Quanto maior a distância entre as duas linhas de marcação, mais largas serão as suas franjas e mais 'de fora' suas costas ficarão.
Dica: se você tem costas mais cheinhas, prefira franjas mais estreitas. Se você tem costas magérrimas, pode extrapolar! Mas lembre-se da distância mínima de cinco centímetros.
Depois de fazer as marcas é só usar os pontos de 'encontro' entre as linhas verticais e as linhas horizontais pra dar o 'pic' com a tesoura e iniciar o corte das franjas. Tente fazer com calma, pra ficar arrumadinho.
Pra finalizar, dê uma puxadinha entre os cortes, como se estivesse tentando relaxar a blusa, sabe? Mas bem de leve, só pra dar uma modelada mesmo.
Depois disso, basta lavar pra tirar as marcas de giz e a sua blusinha (ou abadá) está pronta pra uso! Se você é mais gordinha, também vale usar um top ou uma blusa mais apertadinha por baixo, vai de cada um. Eu, por exemplo, acho as minhas costas mais gordinhas, então pretendo usar com um top por baixo. A maneira de uso depende do que você gosta ou não gosta de mostrar.
Na foto ficou parecendo que a primeira franja está um pouco torta, mas é que eu levantei o braço pra tirar a foto que, por sua vez, ficou com uma qualidade péssima por causa da câmera frontal do tablet.
A minha outra opção de camiseta foi uma com cara mais de podrinha. Estava de olho no meu guarda-roupas atrás de possibilidades interessantes para o show do Paul MacCartney (sim, eu vou!) e, como não achava nada, decidi experimentar as franjas numa camisetinha roqueirinha de listras. Voilà!
No caso, a segunda eu queria com franjas menos largas, então usei as duas costuras laterais da camiseta (onde eu estou mostrando com o dedo ali na foto de cima) como ponto de partida para marcar linhas interna com o giz. Não sei se dá pra ver direitinho na foto, mas a largura entre as duas linhas verticais ficou mais ou menos com 15 centímetros. Como a camisetinha já é listrada, eu não precisei fazer as marcações horizontais. A ideia era exatamente usar as listras pra dar um 'efeito', como eu disse antes. Mas se a sua não é listradinha, certifique-se de fazer as marcações horizontais (como eu fiz na blusinha laranja) antes de começar a cortar.
Como a camiseta já é listrada, os cortes deram um pouco mais de trabalho. Tive que fazer bem minucioso pra cor de uma listra não passar pra outra, sabe? Se não, não ficaria bonito o suficiente. Bom, depois é só fazer aquele puxãozinho que eu disse na primeira parte do post: como se você quisesse relaxar a blusa, mas bem de leve.
Lavou, passou, está pronta para o uso!
Eu, particularmente, gostei mais do resultado das franjas mais estreitas (que eu fiz na podrinha de listras). Mas vai de cada um. Pra quem vai usar numa micareta, no Carnaval ou no clube: vale mostrar bastante a pele pra dar AQUELE UP no visual. Mas se você vai no show de um ex-beatle, num rock com a galera ou no barzinho da esquina, um modelo mais discreto pode ser a melhor pedida.
Ah, é importante lembrar: depois de fazer essa customização nas camisetinhas, nada de colocá-las pra lavar em máquina ou tanquinho, tá? Rasga toda. Depois, você chora. É na mão mesmo, como nos velhos tempos, e com cuidado que é pra não embaraçar tudo... Quanto mais finas as franjas, mais difícil é.
E outra coisa: se vai customizar, use blusinhas baratinhas, dessas que você compra na C&A, Marisa... Essa da caveirinha mesmo é da Marisa. Depois vai querer usar aquela camiseta podrinha linda da Colcci, cara... Não róla. Faz nas mais baratinhas, é sempre boa pedida.
Bom, é isso. Vou deixar um resumo de fotos aqui no final pra quem tem preguiça de ler tudo mas quer entender mesmo assim:
Beijo, beijo.
Manuh
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