segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Há muito tempo eu não escrevia aqui. Há muito tempo escrever não fazia sentido. Porque dos poucos momentos certos para escrever, tantos foram por tristeza, tantos outros por fracasso, alguns por carência e poucos por solidão. Não sabia que poderia escrever sem que algum desses momentos fossem reais. Até que ele entrou pela porta, me disse um talvez, e eu me rendi. Com todas as forças do corpo, vontades do corpo, partes dele. Olhou em meus olhos enquanto permaneci parada em frente ao computador. Veio em minha direção, empurrando tudo o que tinha na cama. Cadernos, canetas, almofadas e roupas. Mostrou-me um sorriso que eu já conhecia, embora nem me lembrasse mais que existia. Doce, fugaz. Despindo minhas vontades dormidas. Meus desejos contidos. Meu corpo virgem. Exacerbou-se em palavras e mãos. E nunca mais o vi fazer o mesmo.

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